Aqui praticamente não há formação de solo. |
Esse conteúdo, de
natureza introdutória, se trata de um breve estudo dos solos (geomorfologia)
destinado para alunos do Ensino Fundamental II. Pode ser que alguns conceitos
tenham sido explicados de forma não tão acuradas, para que seja facilitado o entendimento dos alunos.
Eis algumas questões que
buscamos comentar aqui:
Como se formam os solos?
O que é o que chamamos de
solo?
O que são os horizontes e
quais os "principais" (mais comuns) horizontes do solo estudados?
Definindo termos:
material de origem; camada mineral; camada orgânica; argila; lixiviação; húmus;
pedólogo.
Como se dá a
classificação dos solos?
Qual a relação entre solo
e clima?
VAMOS
LÁ!
Os processos de
intemperismo e erosão da rocha-matriz ou rocha-mãe vão formando sedimentos que
são depositados sobre a superfície. Esses depósitos são graduais , podendo ser
lentos ou dinâmicos. Ao decorrer da deposição os solos vão sendo formados; considerando
o clima, relevo, material de origem (composição química da rocha matriz
- geologia), características bióticas da região e o tempo. O solo é
dinâmico, está sempre em processo de formação e alteração, seja naturalmente ou
devido a meios externos.
O que é o que chamamos de solo?
“O solo é um conjunto de
corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas,
tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos que
ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso
planeta. Contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem e,
eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas” (EMBRAPA,
2006).
“Quando examinados a
partir da superfície consistem de seções aproximadamente paralelas, organizadas
em camadas e, ou, horizontes que se distinguem do material de origem inicial,
como resultado de adições, perdas, translocações e transformações de energia e
matéria, que ocorrem ao longo do tempo e sob a influência dos fatores clima,
organismos e relevo.” (EMBRAPA, 2006).
Solo constituído com horizontes mais bem definidos. |
O corpo tridimensional
que representa o solo é chamado de pedon. A face do pedon que vai da
superfície ao contato com o material de origem é o perfil de solo, sendo
avaliado em duas dimensões e perfazendo uma área mínima que possibilite estudar
a variabilidade dos atributos, propriedades e características dos horizontes ou
camadas do solo.
Horizontes
Definindo os horizontes do solo |
Horizonte
A
É o horizonte mineral do
solo geralmente mais escurecido em relação aos outros, devido ao material
orgânico depositado na camada superior do solo, misturando húmus ao material
mineral. Nesse horizonte também há mais intensa lixiviação dos minerais do
solo. Nele também se concentram as raízes das plantas, devido a dissolução dos
minerais pela água (as raízes vão em busca dos minerais para se fortalecer).
Horizonte
B
Horizonte com menor
quantidade de material orgânico comparado ao Horizonte A. Contém maior
acumulação de Fe, Al, Si, húmus, argilo-minerais e CaSO4. Há menor intensidade
de atividade biológica, neste perfil.
Obs:
a cor não define o tipo de solo nem o horizonte. O que o define é sua
composição química.
Horizonte
C
Horizonte mineral e com
material inconsolidado, característico por ser menos afetado pelos processos
pedogenéticos, constituindo maior semelhança morfológica ao material de origem
(rocha-mãe). Não contém ou contém pouca expressão de propriedades
identificadoras de qualquer outro horizonte principal.
Definindo
termos
O material de origem é a matéria prima da qual os solos se formam.
Pode ser de origem mineral ou orgânica, isto é, rochosa e sedimentar ou
residual vegetal e animal respectivamente.
A camada mineral é toda e qualquer camada que constitui os minerais
que foram depositados ali provindos do material de origem que pode ser a
rocha-matriz ou outros tipos rochas.
A camada orgânica é a camada composta por materiais orgânicos, que
são restos de animais e vegetais. Estes, por sua vez, por serem ricos em
carbono, dão coloração mais escura à camada superior do solo.
Argila
é um material natural composto por partículas extremamente pequenas, de diâmetro
menor que 0,002 mm, de um ou mais argilo-minerais. Argilo-minerais são
minerais constituídos por silicatos hidratados de alumínio e ferro, podendo
conter elementos alcalinos - sódio, potássio - e alcalinos terrosos - cálcio,
magnésio.
A água da chuva
solubiliza os minerais do solo os quais liberam elementos químicos
(principalmente Ca, Mg, K e Na) que são levados para águas subterrâneas. Esse é
o processo de lixiviação.
Húmus
é o produto resultante da matéria orgânica decomposta, a partir do processo
digestório das minhocas, formando uma compostagem natural, agregando ao solo os
restos de animais e plantas mortas e também seus subprodutos. Em outras
palavras, é basicamente fezes de minhoca.
O pedólogo é o
especialista nas características químicas, físicas e biológicas dos solos. A
pedologia é o estudo dos solos, sendo um ramo da geografia (física). O
pedólogo, por sua vez, é o especialista em pedologia.
Classificação
de solos
A Classificação de Solos
consiste na consideração de conceitos, critérios e procedimentos
metodológicos a ser seguidos no estudo dos solos. Estes por sua vez são
determinados, no Brasil, pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária).
Considerando a pedologia
como ciência, é necessária uma metodologia de estudo.
Dessa forma, se faz necessária a classificação de seu material de estudo
(solos). Assim sendo, o estudo fica organizado, podem-se estabelecer
comparações e padrões, bem como grupos e características que auxiliem em outras
ciências (algumas engenharias e geociências). Dessa forma pode-se avaliar,
otimizar e maximizar seu uso (solo), avaliar limitações, manejo,
potencialidade, etc.
“Há o propósito de que o
sistema de classificação tenha abrangência nacional e consolide a
sistematização taxonômica, que expresse o conhecimento presente para a
discriminação de classes de solos, até então identificadas no país. Contudo, é
possível que esta sistematização se apresente incompleta na forma atual, em
razão da existência, no país, de solos ainda desconhecidos.” (EMBRAPA, 2006).
Sabe-se que um dos
fatores decisivos na formação dos solos é o clima. Sendo assim, vamos ver como
algumas variações climáticas dão características diferentes aos solos.
1. Tropical
2. Desértico
3. Temperado
Mapa de climas |
Tropical
Os solos nessa região
“são muito heterogêneos, em decorrência das condições ambientais onde se
originam (clima, relevo, material de origem e cobertura vegetal) apresentando
características típicas que lhes conferem diferentes potenciais e limitações
para uso e manejo agropecuário e florestal sustentável.” (EMBRAPA). As
variações de temperatura e a ação da água são intensas, fazendo com que o
intemperismo seja mais intenso nos trópicos. A incidência mais perpendicular do
sol no solo nessa região geralmente causa maior degradação e oxidação do solo.
Temperado
Os solos em climas
temperados geralmente são menos expostos à radiação solar devido à inclinação
dos raios solares, causando menos degradação e menos oxidação dos solos em
comparação às zonas intertropicais. Dessa forma, nas zonas temperadas, com
menor incidência de radiação solar perpendicular à superfície, invernos
rigorosos que geram neve cobrindo o solo e verões com chuvas molhando o solo,
costuma-se ter solos mais úmidos.
Deserto
Predomina o intemperismo
físico, por se tratar de altíssimas temperaturas durante o dia e baixas
temperaturas durante a noite, que contraem e dilatam as rochas, fissurando-as.
A escassez de água e matéria orgânica praticamente zeram as chances de
intemperismo químico e biológico. Os ventos constantes fazem com que os
sedimentos estejam em dinâmico constante e intenso processo erosivo,
dificultando a deposição e dificultando a formação dos solos. O que há é a
imensa quantidade de areia e rochas em constante processo de intemperismo e
erosão.
Tenha sempre em mente que
o conhecimento não tem fim! Te Orienta meu amigo!
IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), Manual Técnico de Pedologia, 2º
Edição. Rio de Janeiro, 2007.
EMBRAPA (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária ), Sistema Brasileiro de Classificação
de Solos, 2º Edição. Brasília – DF, 2006.
IFSC (Instituto Federal
de Santa Catarina), Andreia Patrícia Andrade, Fatores de Formação de Solos.
Santa Catarina.
CPRM (Serviço Geológico
do Brasil), Intemperismo e Erosão.
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