Votação do Código Florestal realmente foi um retrocesso - STF votou contra o meio ambiente


Preservação em áreas privadas.

A legislação brasileira determina que todo agricultor deve manter parte de sua propriedade preservada. No bioma amazônico, o índice de proteção exigido é de 80%, no Cerrado, 35%, e nos demais biomas, 20%. Essa porção do território é conhecida como Reserva Legal.

Também devem ser preservadas todas as áreas ecologicamente sensíveis das propriedades, como nascentes e matas à beira de rios. Esses trechos são chamados de Áreas de Preservação Permanente (APP), considerados essenciais para a proteção de recursos hídricos e para a manutenção da biodiversidade.

Votação do dia 28/02/2018

Segundo a nova regra palhaçada, proprietários infratores que até 2008 desmataram áreas que deveriam ter sido preservadas ficariam livres de multas e outras sanções, desde que se registrassem no CAR e se comprometessem a se adequar à legislação. Se o STF julgar que essa anistia é inconstitucional, o governo federal poderá multar os proprietários rurais pelas infrações cometidas antes de 2008.

O que pensa o time do Agro é POP e os ambientalistas?

Entidades ligadas ao Agro é POP sempre são contra a anulação do perdão.
Para Rodrigo Lima, diretor geral da consultoria Agroicone, a mudança da regra "criaria um cenário de insegurança muito grande" para os agricultores. Ele afirma que a anistia é justa porque, até a aprovação do novo código, as regras sobre o desmatamento em propriedades privadas passaram por muitas mudanças, o que dificultava seu cumprimento. Segundo Lima, se a anistia for revogada, "teremos uma situação paradoxal, na qual quem fez o CAR pode ter criado provas contra ele mesmo". Quem deve tem medo, essa é a verdade.

Já organizações ambientalistas defendem a revisão da anistia. Para a bióloga Nurit Bensusan, do Instituto Socioambiental (ISA), o perdão "premia os proprietários que infingiram a lei".

"Aquele que seguiu as regras, fez tudo direitinho, vai se sentir um trouxa completo (se a anistia for mantida)", afirma. Ela diz ainda que a manutenção da regra estimularia novos desmatamentos ilegais, pois criaria a expectativa de outros perdões no futuro.

"Quem respeitará esse código se amanhã outra anistia puder ocorrer?", questiona a bióloga.

Fonte: BBC, com alterações.

Celso de Mello fez um desfavor às APPs. Votou como constitucional que as APPs de beira de rio sejam medidas conforme o "leito regular", ao invés de levar em consideração o leito na cheia. Isso, na prática, implica a redução drástica da proteção das matas nesses locais, além da contribuição para a morte desses rios. Além de votar a a favor do desmatamento, votou a favor da seca.

Obviamente os ruralistas estão dizendo que foi a favor do produtor. Mas na verdade foi contra o meio ambiente. Bom, se ser a favor do produtor significa ser contra o meio ambiente, o que vamos fazer?

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